Artistas de uma mesma geração e de um certo local sempre formam uma turminha. Tem a turminha dos Beatles, a turminha do Andy Warhol, do Bob Dylan, a turminha do punk, CBGB e o escambal, do hardcore, do emo... Enfim, artistas com a cabeça em coisas parecidas e que acabam, querendo ou não, criando uma estética similar. Eu não estou dizendo que você tem que gostar ou concordar. Você pode até achar, por exemplo, que essa molecada emo não é artista porcaria nenhuma. Talvez eu concorde, mas isso é com você. Não é nem disso que eu vou falar. (na foto 1, um momento absolutamente glam, Bowie como uma paquita venusiana, ou uma aranha de Marte)
Olha só,
Jamais poderia dizer que sou um profundo conhecedor de glam rock – já que eu não conheço praticamente nada do Roxy Music, por exemplo. Entretanto, um dos melhores discos do David Bowie se encaixa bem no perfil da coisa glam, isso se ele mesmo não foi (e é) um dos inventores do estilo. Por falar nisso, você já viu a capa de They Only Come Out at Night do Edgar Winter?
Impossível não lembrar de Hunky Dory... Pois é, e é de alguem dessa “Turminha do Edgar” que vou falar um pouquinho nesse post, e como o disco não é lá muito conhecido – o que é uma pena – provavelmente vou apresentá-lo ao leitor que tiver a paciência e o interesse.
Observação: se você acha que eu estou mal-humorado, é impressão sua.
Observação 2: é sério.
Bom, existe algo mais por trás dessa estética glam. Existe mais do que o visual, até porque, por Deus! Estamos falando de música. Sonoridade é como aquele tempero típico, que você mata ouvindo um solo de guitarra brega ou com timbre fantástico, uma bateria com reverb, teclados, o jeito de gravar a voz. Esse álbum de Rick Derringer, guitarrista que acompanhou os albinos irmãos Winter em vários momentos, é uma pequena jóia raramente lembrada, um disco que jamais estourou. Por isso mesmo, talvez você estranhe a capa de gosto duvidoso, mas não deixe esse pé atrás atrapalhar a audição do disco. São faixas com vigor e energia, sem deixar de lado o trabalho com as melodias, totalmente radiofônicas. Dá até pra dizer que, o bom-gosto que faltou na capa, sobrou no disco em si.
Dicas rápidas: “Rock'n'Roll Hoochie Koo”, “Teenage Love Affair”, “Cheap Tequila” e “Jump Jump Jump” para o agito; “Hold”, “The Airport Giveth” e “It's Raining” (óbvio!) para um dia chuvoso. Para o momento "dançando agarradinho", "Teenage Queen" Ah, “Slide Over Slinky” parece uma faixa que os Rolling Stones não gravaram.
Boas canções, bons timbres, bateria absolutamente deliciosa de se ouvir. É o melhor disco do mundo? Provavelmente não. Uns dos melhores de sua década? Sem dúvida um dos mais injustiçados. Agora só falta você dar uma chance ao Rick e sua velha Strato com headstock vermelho, seu velho cão safado.
Ficha Técnica
Rick Derringer – All American Boy
1973/74, lançado pela Blue Sky Records
Rock and Roll Hoochie Koo
Joy Ride
Teenage Queen
Cheap Tequila
Uncomplicated
Hold
The Airport Giveth
Teenage Love Affair
It's Raining
Time Warp
Slide On Over Slinky
Jump, Jump, Jump
10 comentários:
vou baixar porque gosto do muito do som (veja bem, do som!) glam. E me atrevo a dizer que, no glam rock, quanto mais viado melhor. Eu só queria saber como esse cara consegue tocar guitarra de luvinha prateada....
olha, até respeito os amantes de david bowie...mas, só faço isso por dois motivos:
finalmente um viado que realmente sabe fazer música boa...talvez, antes dele somente lou reed (mas, viado é pouco para ele).
em quatro anos, o rapazola conseguiu criar quatro discos fantásticos, começando por "space oddity"...e depois? umas breguices que, para a época poderiam ser chamadas de "boa música", mas que depois é de dar risada...
abraços ferrugem!!!
a ignorância de tchu é de dar tristeza.
ah sim, e o post é sobre o rick derringer, não sobre o bowie
ahhh...a pretensiosidade de algumas pessoas não entristece ainda mais?
que coisa chata para se falar na resposta de um comentário, que - salvo algum engano monstruoso - é um lugar para dar opiniões e não julgar as dos outros.
ainda bem que o dito se "camaleou" ao se mostrar tão petulante.
engraçado... não deu pra entender nada desse último comentário.
Eu gosto mesmo é de Pearl Jam!
cale-se, haroldo
Carlos Foda, você é meio estranho. Acho que essa sua rudeza é na verdade alguma coisa guardada dentro de você, lá no fundo. Se libere!
se eu liberar, você não vai gostar do cheiro
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