(for english version, scroll down)

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Pequeno Pássaro

Até a recém-lançada cinebiografia, não sabia absolutamente nada sobre Edith Piaf. Porém, quando assisti ao filme, lembrei de já ter escutado algumas canções. Ao menos, tinha certeza de conhecer “La vie en rose”: lembrei que em Paris (momento esnobe!) os sanfoneiros adoravam tocar esse tema; é como um hino da França.

Aliás, lá a cantora é extremamente respeitada: seu túmulo no cemitério Pére-Lachaise está sempre florido. E a adoração não é por menos. Depois de conhecê-la por meio da brilhante atuação de Marion Cotillard – vencedora do Oscar –, encontrei o CD Melhor de Edith Piaf esquecido lá em casa. Nunca escutei voz tão doce e nunca conheci ninguém que interpretasse uma letra com tanta emoção.

Enfim, continuo sem conhecer muito da música francesa e de Piaf, mas já posso dizer que gosto bastante. Infelizmente, não conheço nenhum disco completo para colocar aqui. Mas andei vendo alguns vídeos muito bons no YouTube. O meu favorito – e o da maioria, segundo o site – é o seguinte:



Veja também o segundo hino da França:



E ainda a resenha de Marcelo Cobra sobre o filme "Piaf - Um hino ao amor" no blog e-digo-mais.

quinta-feira, 29 de maio de 2008

COMUNICADO IMPORTANTE

Chegou a nosso conhecimento que oito músicas do novo álbum do Weezer, The Red Album, vazaram na rede, e o endereço corre solto. O Ferrugem se recusa a divulgá-lo pelo menos até o lançamento oficial do disco.

Obrigado, e continuem enferrujando.

It has come to us that eight tracks from Weezer's nem album, The Red Album, are available on the web, and it's not hard to find them. However, we won't publish any weblink to them, not until the official release.

Thanks, and keep rustin'


quarta-feira, 28 de maio de 2008

Podcast #3 - A Black Music de Fernando Savaglia

Finalmente conseguimos um belo programa! O convidado especial do #3 Isto não é um Podcast é o sensacional baixista, jornalista e escultor bio-concretista Fernando Savaglia, ex-Orangofunk e Mo'jama e atual colaborador de revistas especializadas no instrumento, além de dar aulas. No programa, Fernando conta um pouco da história da black music através dos anos e apresenta seu mais novo projeto musical, o Music for Youtube
Desse jeito, você curte Wilson Picket e duas faixas do MFY, "A Filosofia de Tim Maia" e "Cuba". É claro que as piadinhas não puderam faltar.



Acho que acertamos dessa vez... ou não, né?

terça-feira, 27 de maio de 2008

A geração espontânea do King Crimson



O King Crimson não é só um dos maiores pilares do rock progressivo como seu primeiro disco é o marco inicial do estilo musical,
mas nem só de In The Course Of The Crimson King vive a banda inglesa. Esse era o único disco que eu conhecia, até que, há poucos dias, um amigo me emprestou Red, o sétimo álbum de estúdio da banda, gravado em 1974 sob uma atmosfera de intensas brigas e com uma formação que só não é totalmente diferente da original porque mantinha o genial guitarrista Robert Fripp. Obviamente fiquei receoso, até porque sempre tive um certo preconceito com bandas progressivas muito cabeçudas, apesar de sempre gostar de uma ou outra coisa (além de Pink Floyd, que eu nem acho que seja tão progressivo assim, mas isso é tema para um outro post). Como eu tenho em alta conta quem me indicou, resolvi dar uma chance.

Deparei-me com um baita discaço, nada datado, com uma pesquisa de timbres de guitarra, bateria e baixo muito original e com muito menos punhetagem progressiva do que eu havia imaginado encontrar. As músicas são longas (são apenas cinco) e têm várias partes, seguindo a cartilha das bandas do gênero, mas não priorizam a técnica pela técnica e sim a própria música e o resultado final de tudo.

Vou tentar descrever um pouco do que ouvi. As guitarras de Fripp trazem um timbre pesado e grave, com riffs poderosos e dissonantes. Ao mesmo tempo o baixo de de John Wetton está sempre distorcido e um pouco agudo, funcionando quase que como a guitarra base da banda. A bateria de Brufford é impecável, com um pé no jazz e outro no rock – mas sem muito virtuosismo – e traz até um flerte com alguns timbres eletrônicos. Há ainda, em algumas músicas, a participação de algumas cordas de orquestra e um saxofone que, diferentemente de 90% do uso desse instrumento no rock, não soa nem um pouco brega. O disco como um todo soa bastante cru, ousado e pungente. O resultado final é quase que um pouco opressivo e intimidador e, para justificar minha editoria no ferrugem, muito pesado. O único senão, talvez, seja a faixa tocada ao vivo "Providence", que destoa um pouco do resto do disco por mais parecer uma peça de música erudita dodecafônica do que propriamente um tema de rock. Mas, depois de algumas audições, eu passei a gostar muito dela.


Quando ouvi não pude deixar de relacionar o som de Red com o que hoje é conhecido como post rock, estilo de música com pouquíssimo (ou nenhum) vocal tocado com instrumentos de rock que traz elementos de jazz, punk, e música erudita contemporânea. As bandas mais conhecidas desse estilo, como Tortoise, Mogwai e, aqui no Brasil, Hurtmold são consideradas por muitos hoje o exemplo do que há de mais moderninho no rock. Mas, sério, o King Crimson fez isso, e melhor, muitos anos antes. Outras bandas que muito provavelmente ouviram o disco são as conhecidas como neo-progressivas, como The Mars Volta e Tool, que, assim como Red, não trazem a chatice parnasiana (para fazer um paralelo com a literatura) de bandas como Yes e Gentle Giant, mas usam e abusam de tempos complexos e arranjos alternativos que fogem da simplicidade.
O disco me impressionou tanto que eu até queria saber se alguém tem um exemplo de album parecido, porque pra mim ficou a impressão de que Red é uma espécie de acontecimento único, um discreto presságio do que aconteceria muitos anos depois. Tenho quase certeza que é ignorância minha, pois acho difícil que algo tão diferente e genial tenha aparecido assim do nada, como se fosse uma geração espontânea artística.

Depois, pesquisando para fazer esse post, vi que um dos adoradores do disco foi Kurt Cobain, que chegou a dizer que Red “é o melhor disco de todos os tempos”. Vi também que a revista Q classificou o album do King Crimson como um dos 50 mais pesados da história. Eu não chego a ser tão entusiasmado como o falecido guitarrista e vocalista do Nirvana nem acho que Red é tão pesado assim, mas é bom saber que eu não estou sozinho ao realmente achar que esse disco é um pouco extraterreno.
Por fim, uma curiosidade. Red nunca chegou a ser tocado ao vivo porque o King Crimson acabou dois meses depois do lançamento do disco e só voltaria à ativa em 1982, já com outra formação. Será que foi porque eles tinham a impressão de que não fariam nada melhor? Besteiras à parte o download está abaixo e vale muitíssimo a pena.

PS: a única foto que realmente é relativa ao período de Red que encontrei é a da própria capa do disco logo abaixo. As outras só coloquei para fazer uma graça. A foto que abre o post mostra a primeira formação da banda. A foto com a cara assustada é a capa do disco In The Court Of Crimson King.
Ficha técnica
Red - King Crimson
Lançamento original: novembro de 1974
Gravadora: Atlantic Records
Duração: 39:55
Produção: King Crimson



Músicas para download


1 - Red (Robert Fripp) - 6:16
2 - Fallen Angel (Fripp, Richard Palmer-James, John Wetton) - 6:03
3- One More Red Nightmare (Fripp, Wetton) - 7:10
4 - Providence (Brufford, Cross, Fripp, Wetton) - 8:10
5 - Starless (Brufford, Cross, Fripp, Palmer-James, Wetton) - 12:16

segunda-feira, 26 de maio de 2008

O country-rock do The Byrds

Mais uma do fundo do baú...

Depois de estourar de tanto sucesso após o lançamento do disco The Notorius Byrd Brothers, acompanhar a saída melancólica do bigodudo David Crosby e do baterista de confiança Michael Clarke, The Byrds era uma banda cansada. Como procurar novo ânimo? Talvez uma nova “pegada”? Ou quem sabe uma nova força criativa para levantar a moral? A resposta de Roger McGuinn, cérebro por trás do conjunto formado em 1965, foi apostar na conversa mole ao mais estilo mineiro possível de Chris Hillman e Gram Parsons.

A proposta de mudar de rumo feita por McGuinn mudou a perspectiva de Hillman e Parsons. Os dois ex-membros da banda country The Flying Burritos Brothers embarcaram na onda e decidiram reviver suas raízes de bluegrass adquirida pelos descampados do centro-norte dos Estados Unidos. Aí a fórmula estava pronta. Música para caipira, COM o tanto de rock que os Byrds antigos sempre foram mestres: fortes refrões com linhas dedilhadas misturado ao British Invasion versão mais lírica. O resultado é o disco Sweetheart of The Rodeo, considerado um dos pioneiros no estilo country-rock.





Coisas boas sobre o álbum: ele tem a melhor versão de “You Ain’t Going Nowhere”, do Bob Dylan, (talvez, melhor mesmo até que a original); ele te faz esquecer as breguices country das quais você tem medo de escutar; ele te mostra que banjo, bandolim, cravo e outros instrumentos podem SIM fazer parte de uma banda de rock; ele revela canções tradicionais da cultura desbravadora do oeste norte-americano e para quem gosta de filmes de faroeste isso é divertido... E aí, quer mais?

PS: desculpem-me a ausência de quase duas semanas. Ócios do ofício, sim ofício.

Ficha Técnica


Sweetheart of The Rodeo - The Byrds
Lançamento original: julho, de 1968
Gravadora: Columbia
Duração: 32:26


Músicas para download


1. "You Ain't Going Nowhere" (Bob Dylan) – 2:38
2. "I Am a Pilgrim" (trad. arr. Roger McGuinn & Chris Hillman) – 3:42
3. "The Christian Life" (Charles Louvin, Ira Louvin) – 2:33
4. "You Don't Miss Your Water" (William Bell) – 3:51
5. "You're Still on My Mind" (Luke McDaniel) – 2:26
6. "Pretty Boy Floyd" (Woody Guthrie) – 2:37
7. "Hickory Wind" (Gram Parsons, Bob Buchanan) – 3:34
8. "One Hundred Years from Now" (Parsons) – 2:43
10. "Blue Canadian Rockies" (Cindy Walker) – 2:05
11. "Life in Prison" (Merle Haggard, J. Sanders) – 2:47
12. "Nothing Was Delivered" (Bob Dylan) – 3:34


Confira "I Am a Pilgrim"

terça-feira, 20 de maio de 2008

Assinatura de gênio

Há um tempo atrás postei aqui um dos meus discos favoritos do Paul McCartney, Tug of War, de 1982. Tenho certeza de que não foi uma unanimidade, principalmente por conta de alguns – poucos – timbres do disco, que acabaram por soar datados. É verdade, mas isso não acontece com este pequeno pedaço de genialidade aqui...

Bom, o cenário é o seguinte: os Beatles acabaram há um ano atrás, e cada um resolveu ir pro seu canto. O primeiro trabalho solo do Paul havia sido lançado quase que junto com o último disco da banda, o tumultuado Let It Be. Se isto já era razão para celeuma, o conteúdo do disco só aumentava o estranhamento para com o público. O álbum McCartney, totalmente feito em casa, continha algumas boas canções (inclusive “Teddy Boy” que chegou a ser ensaiada pelos Beatles) e algumas linhas geniais como “Junk” e a mais famosa do álbum, a avassaladora “Maybe I'm Amazed”, mas em sua maioria, as faixas continham praticamente idéias, recortes e músicas instrumentais. Estranho, já que estamos falando do Paul McCartney. Então o que esperar de um álbum vindo do ano seguinte, mais experimentos e idéias desconexas? Exatamente o contrário.

Ram trouxe Paul de volta ao holofotes depois de uma espécie de auto-exílio em uma propriedade no campo, na Escócia, apenas com sua mulher e suas duas filhas na época. O trabalho acabou sendo uma espécie de terapia para um artista que passou toda a sua carreira como um integrante de um grupo. Gravado em Nova Iorque, e assinado por Paul e sua mulher Linda Eastman McCartney (por razões judiciais), Ram é no mínimo um álbum excelente: não posso discutir com aqueles que consideram este o melhor álbum da era pós-Beatles.

Muito mais bem trabalhado que seu antecessor, e mesmo assim com uma sonoridade
aconchegante, com esse disco Paul conseguiu mostrar ao mundo que não, a sua capacidade de criar canções inovadoras, extremamente melódicas e às vezes complexas não havia esmaecido: observe o arranjo emocionante de “Dear Boy”, ou a progressão de “Uncle Albert/Admiral Halsey”, que na verdade é mais uma de suas suítes, ou seja, uma música composta por outras musiquetas combinadas – como “Band on the Run”. Monkberry Moon Delight é outra das faixas absolutamente geniais, em que, como poucos conseguem fazer, Paul criou uma atmosfera lunática e bem-humorada, com um vocal agressivo, que me parece um tanto inspirado em Little Richard. Antes de ir para um parágrafo abaixo, também recomendaria a brian-wilsoniana “The Back Seat of My Car” e é claro, uma das faixas-bônus mais tocadas do planeta – na época ela saiu como single - “Another Day, que possui uns três andamentos diferente, uma letra belíssima e a melodia... bom, vocês sabem como Paul McCartney é foda - porque ele consegue fazer tudo isso sem parecer cabeçudo ou pretensioso. Flui e pronto, você aceita isso e admira.

No fundo, eu não poderia indicar somente essas faixas, porque o disco inteiro é lindo, e sim, desta vez estamos falando de um puta clássico, seu velho cão safado.

ps: na época, dizem por aí que "Dear Boy", "Too Many People" e "The Back Seat of My Car" continham elementos que se referiam ao John Lennon. Pessoalmente, acho que é paranóia de gente querendo achar significado em tudo. Mais um ponto pra você: puxe o disco e me conte o que você achou.

Ficha Técnica

Paul & Linda McCartney - Ram

Lançado em 1971 (esse disco que você vai puxar é a reedição em CD, com faixas bônus)

Produtor: Paul & Linda McCartney


Músicas para Download

  1. "Too Many People" (P. McCartney) – 4:10
  2. "3 Legs" (P. McCartney) – 2:48
  3. "Ram On" (P. McCartney) – 2:28
  4. "Dear Boy" – 2:13
  5. "Uncle Albert/Admiral Halsey" – 4:55
  6. "Smile Away" (P. McCartney) – 3:53
  7. "Heart of the Country" – 2:22
  8. "Monkberry Moon Delight" – 5:22
  9. "Eat at Home" – 3:20
  10. "Long Haired Lady" – 6:05
  11. "Ram On" (P. McCartney) – 0:55
  12. "The Back Seat of My Car" (P. McCartney) – 4:28
  13. bônus: "Another Day"
  14. bônus: "Oh Woman, Oh Why"
  15. bônus: "A Love for You" (outtake!)
  16. bônus: Jam Session: Rode "All Night"
Aqui, o divertidíssimo clip de "Heart of the Country". Repare no clima rural que ele estava vivendo nessa época...

sexta-feira, 16 de maio de 2008

terça-feira, 13 de maio de 2008

Artesãos do Silêncio


Não sei quanto a vocês, mas eu me lembro de não ter gostado do filme 9 Canções quando assisti. Mas gostei de algumas canções que não conhecia, e que de cara me pegaram desprevenido. A primeira delas era “Fallen Angel”, do ótimo disco Cast of Thousands. Demorei um pouco pra descobrir qual banda era aquela, mas ouvir o disco depois foi recompensador. O lance é que, ouvindo o disco, pude perceber que o Elbow era uma banda bastante autêntica, e se é difícil dizer que o que eles fazem não é rock, fica mais difícil ainda explicar como é o rock que eles aprontam. Dá pra dizer que, de um jeito esquisito, suas músicas tem uma pegada radiofônica, só que eles apontam sempre para um jeito pouco convencional de produzir as canções.

Um ou outro pode dizer que lembra Coldplay. Eu respondo que em alguns pontos, principalmente de discos antigos, as músicas mais lentas podem pender para uma balada coldplayana - o que não é ruim! Acontece que a banda do Chris Martin resolveu ficar grande demais, e não usam o silêncio tão bem - coisa que o Elbow sabe fazer como pouquíssimas bandas da atualidade.

Acredito que um dos grandes trunfos da banda é a voz rouca e aveludada do vocalista/compositor Guy Garvey. Mas não pára por aí. O que faz desse disco uma coisa tão boa é o clima que as faixas criam, individualmente. “Grounds for Divorce” é uma obra-prima, algo que eu chamaria de protótipo do rock inglês perfeito. É ácida onde precisa ser e doce quando você pede um bom refrão. A ironia de “An Audience with the Pope” é sensacional, e você não precisa da letra pra senti-la. “On a Day Like This” também merece ser comentada, já que é a música perfeita para você sair andando por aí num dia como esse, meio frio, em uma avenida movimentada, tentando ler o rosto das pessoas. O arranjo de cordas no estilo “She's Leaving Home” substitui o que poderia ser um riff de guitarra. E tudo funciona muito bem: preste atenção no refrão, quando Garvey alcança a nota mais alta. É de arrepiar.

The Seldom Seen Kid é um álbum maduro, sombrio e belo, produzido por uma banda que nunca de fato estourou ou virou uma estrela do mainstream, ainda que aqueles que a admiram tenham formado uma espécie de clube secreto. Se o álbum vermelho do Weezer promete ser um dos melhores do ano, então este parece ser um belo concorrente, não menos que à altura.


Ficha Técnica


Elbow - The Seldom Seen Kid


Lançado em 2008 pela Polydor


Produzido por Craig Potter (tecladista da banda)

  1. "Starlings" - 5:20
  2. "The Bones of You" (Elbow; contains elements of "Summertime" by George Gershwin, Dubose Heyward, Dorothy Heyward & Ira Gershwin) - 4:49
  3. "Mirrorball" - 5:50
  4. "Grounds for Divorce" - 3:39
  5. "An Audience with the Pope" - 4:27
  6. "Weather to Fly" - 4:29
  7. "The Loneliness of a Tower Crane Driver" - 5:14
  8. "The Fix" (Elbow, Richard Hawley) - 4:27
  9. "Some Riot" - 5:23
  10. "One Day Like This" - 6:34
  11. "Friend of Ours" - 5:01
  12. "We're Away" (UK bonus track) - 1:59

O arquivo que tenho aqui é grande demais pra dar upload, mas você pode achar o álbum nesses links:


http://rapidshare.com/files/102543289/elbow8.zip



ps: dá uma olhada no site dos caras em www.elbow.co.uk


ps2: não, o disco não foi lançado no Brasil.


ps3: se você estiver com preguiça de baixar, ouça pelo menos o single "Grounds for Divorce" clicando ali em cima no link com o nome da música. é o myspace da banda.


ps4:se você ficou curioso pra saber qual foi a outra música que gostei muito, te digo que é uma do Michael Nyman chamada "Debbie". Já ouviu?


segunda-feira, 12 de maio de 2008

A nova aparição dos Corvos


Depois de sete anos, os irmãos Chris e Rich Robinson deixaram de lado as birras e voltaram aos estúdios para gravar o mais novo disco do Black Crowes, um misto de Lynyrd Skynyrd com Led Zeppelin. É bastante gente foda como referência, mas o importante é destacar que Warpaint, lançado mundialmente no dia 3 de maio, é autoral: a voz rasgada de Chris e os riffs com peso de uísque de Rich recheiam músicas bastante originais que percorrem temas variados: lamentos amorosos, noites de loucura e, como sempre, a clássica ressaca do dia depois.

Neste álbum, os reformulados Crowes contam com a ótima participação do guitarrista Luther Dickinson, que acrescentou muito à banda com seus slides, e também com a presença surpreendente do tecladista Adam MacDougall, elogiado por todos os antigos membros após as sessões de gravação.

A história dessa banda sempre foi tempestuosa. Talvez por isso se explique a lacuna de sete anos sem divulgar nada novo. Porém, o legado que os irmãos Chris e Rich conseguiram construir entre os tempos de fertilidade e latência é fantástico: em 1990, surpreenderam o mundo com o poderoso Shake Your Moneymaker, um disco repleto de músicas cruas, mas bem trabalhadas. Logo em seguida, cravaram de vez o nome The Black Crowes como um dos melhores grupos de rock sulista (meio estilo Confederado caipira, barba grossa e chapéu) dos Estados Unidos com The Southern Harmony and Musical Companion.

Mesmo que Warpaint beba profundamente nos poços que levaram os Crowes a banda de status, o disco soa antigo e moderno ao mesmo tempo. A poderosa “Goodbye Daughters Of Revolutions” abre o caminho, sempre trilhado no blues, de um dos mais esperados lançamentos de 2008. A melancólica “Oh Josephine” relembra a dor de “She Talks to Angels” e “Whoa Mule”, gravada ao ar livre em uma pequena cidadezinha ao norte de Nova York, encerra o tranco e mostra que, embora essa banda tenha sempre sido massacrada pelas constantes bebedeiras, brigas e desavenças com gravadoras, os irmãos Robinson conseguem se renovar. Mesmo que isso demore quase uma década.
Dá uma ouvida nessa:





Tem uma resenha muito boa escrita por Alan Light, da Rolling Stones norte-americana, que vale a pena ler. Eu queria só saber por que no Brasil não se falou dessa estrondosa reaparição dos Corvos?

Ah, já ia esquecendo. Outra coisa bastante legal de conferir é o site oficial dos caras. Lá, eles deixaram disponível todos os vídeos de shows (recentes e antigos) para download. Também tem a possibilidade de baixar dois discos de graça. Como existe um limite, fica a sugestão: os dois primeiros.



Ficha Técnica



Warpaint – The Black Crowes
Lançamento original: março, 2008
Gravadora: Silver Arrow (selo da própria banda)

Músicas para download

1. Goodbye Daughters Of The Revolution
2. Walk Believer Walk
3. Oh Josephine
4. Evergreen
5. Wee Who See The Deep
6. Locust Street
7. Movin’ On Down The Line
8. Wounded Bird
9. God’s Got It
10. There’s Gold In Them Hills
11. Whoa Mule

O vídeo que lançou a banda como um foguete. Meio brega, mas a música é de outro mundo!


sexta-feira, 9 de maio de 2008

O melhor do ano!

Mais uma prévia daquele que será o melhor álbum do ano e, talvez, dos últimos tempos. Dá uma sacada nessa música!!! Com vocês: "The Greatest Man That Ever Lived", outra do sexto disco do Weezer.

quinta-feira, 8 de maio de 2008

O Traffic depois do LSD

O primeiro trabalho do Traffic, lançado em 1967 com o nome sugestivo de Mr. Fantasy, foi aclamado pela crítica, mas é daqueles discos complicados de ouvir: instrumentos distintos, como flauta, saxofone, tambores, organizados de maneira desordenada. Algo como uma música avant-garde com um misto de psicodelia. É, eu também estranhei! Para quem curtir o estilo, sugiro uma fantástica e esquecida banda: Presidents of The United States of America (não, não é aquela da bela musiquinha “Peaches”).


Bom, logo em seguida, a banda criada por Steve Winwood em parceria com outros doidões deixou de lado as canções orientadas pelo consumo inquieto de LSD e partiram para uma leitura mais pop. O resultado é uma mistura agradável pra porra de blues, rock psicodélico e um moderno jazz. O segundo disco carrega o nome do grupo e, para mim, representa exatamente a sonoridade pretendida por seus membros: uma relaxante viagem. Outros poderão dizer que John Barleycorn Must Die é o melhor trabalho desses caras de Birmingham (Reino Unido). Discordo, sem falsa modéstia.


Apesar de Steve Winwood ser considerado o mentor por trás da sonoridade moderna do Traffic, nesse segundo disco é Dave Mason quem rouba a cena. O baixista, que já havia tocado com Jimi Hendrix e com os Rolling Stones, compôs a maioria do primeiro lado do álbum. Outro que marca presença de forma magistral é Chris Wood, com sua flauta suave. Já ouvi dizer que ele foi comparado com Ian Anderson, do Jethro Tull. Pô! Sacanagem. Aquele toca seu instrumento com uma orientação clássica, já o maluco barbudo do Tull estraçalha sua flauta como se fosse uma guitarra elétrica.


Vários clássicos nesse trabalho do Traffic: “You Can All Join In” abre o disco e convida os ouvintes para uma deliciosa prática. “Feellin’ Allright” virou lenda entre vários músicos ingleses e foi imortalizada com a voz rouca e potente de Joe Cocker. “Means to an End” – minha favorita – fecha o ciclo com potência: é a mais animada e revela a poderosa batucada do insano Jim Capaldi.

Um belo disco!


Ficha Técnica



Traffic – Traffic
Lançamento original: outubro, 1968
Duração: 40:24
Produzido: Jimmy Miller

Músicas para download

1. You Can All Join In (Mason) – 3:34
2. Pearly Queen (Capaldi/Winwood) – 4:20
3. Don’t Be Sad (Mason) – 3:24
4. Who Knows What Tomorrow May Bring (Capaldi/Winwood/Wood) – 3:11
5. Feellin’ Alright (Mason) – 4:16
6. Vagabond Virgin (Capaldi/Mason) – 5:21
7. Forty Thousand Headmen (Capaldi/Winwood) – 3:15
8. Cryin’ to Be Heard (Mason) – 5:14
9. No Time To Live (Capaldi/Winwood) – 5:10
10. Means To An End (Capaldi/Winwood) – 2:39


Dá uma olhada na música Forty Thousand Headmen, gravada ao vivo em um show de 1972.

Steve Winwood retoma velha fórmula

Presença constante no movimento R&B inglês no começo dos anos 60, figura marcante na desilusão hippie no começo de 70 e compositor apaixonado por ritmos de descendência africana, Steve Winwood voltou a cravar seu nome na história da música com o lançamento do seu novo e aguardado disco solo no finalzinho de abril. No entanto, Nine Lives - que conta com a guitarra onipresente de Eric Clapton na faixa “Dirty City” – não é uma obra sólida. Há momentos de pura magia, como a música de abertura, a rouca e empoeirada “I’m Not Drowning”.

Por outro lado, o gosto do ex-vocalista do Traffic por batuques de origem africana irritam um pouco. Sabe quando parece que todas as faixas possuem a mesma sessão rítmica, sem criatividade? Sem falar no exagerado saxofone de “Fly”, a segunda do novo trabalho de Winwood: som de motel é pouco para definir a cafonice. Na contramão, um exemplo no qual a percussão e o saxofone foram utilizados com inteligência é “Hungry Man”, que traz traços do disco mais funkiado do cara: The Low Spark of High Heeled Boys.

Achei as canções um pouco longas demais. Sabe quando o cara tenta criar aquela atmosfera de jam, com bastante variações e solos perfeitamente encaixados na melodia, mas não consegue? A maioria das faixas tem duração de sete minutos e muitas chegam a cansar pela falta de inspiração. Pode ser que eu tenha encucado com alguma coisa e não sei bem dizer o que é, embora o resultado final tenha agradado. Embora eu seja bastante fã do Steve Winwood que fez maravilhas ao lado de Jim Capaldi, Chris Wood e Dave Mason à frente do Traffic, esse trabalho não me entusiasmou tanto. Vale a pena conferir.



Um trecho de uma resenha publicada na Rolling Stones norte-americana no dia do lançamento (29/04/08)

“A voz de Steve Winwood está mais grave, talvez uma suave herança do blues britânico, consistente e bem otimista em todo o álbum Nine Lives. No trabalho inteiro, existe um revival do groove despretensioso e reflexivo do Traffic” – David Fricke

Ficha Técnica

Nine Lives – Steve Winwood
Lançamento original: abril, 2008
Duração: 57:17

Músicas para download

1. I’m Not Drowning
2. Fly
3. Raging Sea
4. Dirty City
5. We’re All Looking
6. Hungry Man
7. Secrets
8. As Times We Do Forget
9. Other Shore

quarta-feira, 7 de maio de 2008

KT Tunstall: pop simplesmente porque é assobíavel

Por conta de uma idéia inicial e de tudo mais que já foi dito aqui, o Ferrugem é mesmo um blog de rock. já que o gênero se divide em milhares de estilos diferentes. Já tentaram inclusive criar o “math rock” - era óbvio que não ia dar certo (sim, isto é um link)

O post de hoje foi escolhido não porque o disco é um clássico que não poderia faltar, ou porque é um lançamento quente. Na verdade, uma das razões que me motivou a colocá-lo por aqui foi o fato de que em nenhum momento ele foi lançado no Brasil, então eu não poderia nem dizer “puxa vida, olha, comprem mesmo se vocês gostarem". Isso dá uma certa alegria.

Sempre gostei de KT Tunstall, desde a época que a música estourada dela por aqui era “Other Side of the World” e não a deliciosamente chicletuda “Suddenly I See”. Digo isso porque sempre fui um admirador do chamado pop bem-feito, que nada mais é do que isso mesmo: uma música bem composta, bem interpretada (por favor, sem maneirismos!), executada por uma boa banda, que sabe gravar bem seus instrumentos... tudo isso sem a necessidade de parecer tão ambicioso como um deus do metal ou tão ineficaz quanto um grupo de adolescentes-marionetes que fazem playback. Sim, você leu bem agora pouco: ineficaz para a alma.

O lance é que esse disco é um show com músicas bem bacanas, em que muitas nem saíram em um de seus dois discos já lançados até agora e, se não tem a energia de um show tradicional, com as lindas semi-acústicas que ela geralmente usa, o banquinho com violão e instrumentos mais... folk (ando me segurando pra não usar esse termo porque atualmente parece que os jornalistas brasileiros acharam o folk em um baú mágico e descobriram que ele nasceu no Brasil...). Antes que eu me esqueça e você olhe na Wikipedia antes do que aqui, esse disco, Acoustic Extravaganza, de 2006 foi lançado primeiramente na Internet.

A srta. Tunstall manda bem e isso é que vale mais, até porque antes de estourar com o disco Eye to the Telescope, ela já era uma cantora experiente, que havia tocado por anos no rico cenário independente de Glasgow. Ou seja, dá pra acreditar que ela realmente faz o que acredita e que tem vontade.

Ah, e antes que eu me esqueça, acabei de postar o primeiro disco “feminino” aqui no Ferrugem..., setor que tem tudo pra começar a crescer por aqui, já que assunto é o que não falta.


Ficha Técnica

KT Tunstall - Acoustic Extravaganza

Lançado em 15 de maio de 2006

Selo - Relentless, Virgin *não foi lançado no Brasil

Produzido por Steve Osborne



Músicas para Download

  1. "Ashes" – 3:34
  2. "Girl And The Ghost" – 4:14
  3. "One Day" – 5:02
  4. "Golden Age" – 5:00
  5. "Boo Hoo" – 4:56
  6. "Gone To The Dogs" – 3:59
  7. "Change" – 3:44
  8. "Miniature Disasters" – 4:32
  9. "Universe & U" – 4:31
  10. "Throw Me A Rope" – 3:43

segunda-feira, 5 de maio de 2008

Os cinco melhores discos de funk

Meio sem querer, virou mania do Ferrugem mostrar os clássicos e sugerir discípulos de sons consagrados. Esse Barry Adamson aí não teria feito nada disso se não fosse pelos grandes pioneiros do funk, soul e R&B. Por isso, acho legal colocar o que para mim são os cinco melhores exemplos desses estilos todos misturados. Prometo evitar comentários muitos longos!

Maggot Brain – Funkadelic

A maioria pula a primeira música desse disco. Acho a coisa mais ingrata com o melhor trabalho de George Clinton, o gênio pirado do funk, lançado em 1971. O clima é completamente quebrado se você começar direto na pulsante “Can You Get To That” – uma belíssima faixa criada para exaltar o amor: “When you base your life on credit and your loving days are done / Cheques you sign with love and kisses later come back signed 'Insufficient Funds’”. Esse álbum é perfeito, do começo ao fim, por isso não pulem nada!





Tudo bem, o cara era um canalha e espancava a mulher. Mas, em 1969 Ike Turner produziu o que seria a definição mais bela do que realmente é o estilo soul: revelação sincera de seus sentimentos, com uma levada blues e uma batida rítmica carregada na condução. O resultado? O melhor disco para entender a alma dos negros. Estranhamente, esse é o único trabalho de Ike Turner com esse conjunto. No resto da carreira, acompanhou Tina Turner em suas turnês “picantes”.



Banda irmã de George Clinton, Parliament começou mais cedo e recrutou a maioria dos caras que também lançariam discos com o nome de Funkadelic. Esse trabalho de 1970 abriu as portas para a galera do PFunk e tem tudo que viria a distinguir o grupo de outros concorrentes: letras hilárias, misturas de gêneros dissonantes (confira “Little Old Country Boy”, um country com batida funk), e uma agressividade latente por parte dos músicos. “Put Love In Your Life” e “Moonshine Heather” são canções para o resto da vida. Vale a pena!



O André com certeza vai discordar dessa minha escolha, já que para ele There’s a Riot Going On é superior a tudo, mesmo sem ter ouvido outros discos do Sly. Esse cara é foda. Ao lado de George Clinton, é a cabeça por trás do nascimento do funk. Ele toca absolutamente tudo, compõe de maneira magistral e possui uma consciência política rara: foge do óbvio, e ataca a obediência cega do povo. Musicalmente, esse lançamento de 1969 é dançante, desafiador e profundo. Grandes sucessos como “Every Day People” e “I Want To Take You Higher” marcaram a época.


Podem me chamar de, sei lá, louco por cultura americana. Aqui abro homenagem para Tim Maia, o maior músico de funk e soul do Brasil. Essa coletânea anda meio rara por aí, embora a música seja de primeira qualidade. O disco faz um apanhado das principais canções gravadas pelo Sindico nos Estados Unidos entre o período de 1971 e 1976 (seu melhor período?). Não é que eu sou louco por tudo que vem de lá, mas a qualidade das gravações é ótima e o repertório fantástico. É bom sair do óbvio às vezes e deixar o Racional descansar um pouco!

Para degustar: a primeira é "Don't Call Me Nigger, Whittey", do Sly e a segunda é "I Don't Know What To Do With Myself", do Tim.


A pose de Barry Adamson


Recebi uma dica fantástica do Juliano para procurar um tal de Barry Adamson, ex-baixista do Nick Cave. Eu já estava propenso a fazer um post sobre funk, soul e R&B e fiquei com mais vontade ainda. O cara tem pose, um vozeirão ótimo e um conjunto de apoio que esbanja classe. Com essa descoberta, fiquei pensando que esses três estilos, sempre misturados e que dificilmente caminham sozinho, trilharam um longo caminho até chegar ao que esse negão aí fez.

Por isso, nesse breve post introdutório, queria só sugerir uma novidade: o segundo disco solo de Barry Adamson, Back To The Cat, lançado neste ano. Ainda não tive oportunidade de enferrujar por completo, mas sinceramente já o considero muito bom!

No site oficial do cara dá para ouvir todas as músicas. A que me fez cair da cadeira foi a batida dançante de “Spend a Little Time” e o riff perfeito de “Shadow Of Death Hotel”.

O endereço para download é esse aqui:
http://rapidshare.com/files/112709977/barry_adamson_back_to_the_cat_2008_ferrugemnuncadorme.blogspot.com_.rar.zip.html

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Dois singles, duas surpresas

Weezer

Não tem jeito, esses caras nunca vão decepcionar. Toda vez que ouço alguma coisa deles é inevitável pensar: “Queria que minha banda soasse assim”. Com “Porks & Beans”, o mais novo single, não foi diferente. A música é FANTÁSTICA! Não tem aquela perfeição irritante, comum das gravações recentes. É suja e com timbres de um bom gosto do caralho, além dos back vocals perfeitos e empolgantes. É uma faixa de uma banda de garagem profissional.

A expectativa para novo álbum, chamado simplesmente Weezer (ou The Red Album), só cresceu. Infelizmente teremos que esperar até junho. Não obstante, já reservo aqui no Ferrugem o direito de fazer a resenha.



Coldplay

Eles podem ser um pouco repetitivos, mas são bons. Na verdade, nem achei o novo single, “Violet Hill”, tão "mais do mesmo assim". A guitarra está com uma distorção um pouco mais pesada do que de costume e a bateria, de Will Champion, mais criativa. Resta ver o que mais virá em Viva la vida, novo álbum de Ricky Martin, quer dizer, Coldplay. O lançamento também está previsto para junho.

Ficha técnica
















Weezer - Weezer e Viva la vida - Coldplay
Lançamento previsto: jundo de 2008
Produtores: Rick Rubin e Brian Eno
Gravadoras: DCG/Interscope e EMI

Faixas de Weezer

1. Troublemaker
2. The Greatest Man That Ever Lived (Variations on a Shaker Hymn)
3. Pork and Beans
4. Heart Songs
5. Everybody Get Dangerous
6. Dreamin
7. Thought I Knew
8. Cold Dark World
9. Automatic
10. The Angel and the One

Faixas bônus da edição especial:

11. Miss Sweeney
12. Pig
13. The Spider
14. King

Faixas de Viva la Vida or Death and All His Friends

1. Life In Technicolor
2. Cemeteries Of London
3. Lost!
4. 42
5. Lovers In Japan/Reign Of Love
6. Yes
7. Viva La Vida
8. Violet Hill
9. Strawberry Swing
10. Death And All His Friends