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quarta-feira, 9 de abril de 2008

De filme de terror não tem nada

Até 1982, poucos álbuns conseguiram chegar ao topo das paradas de rock e r&b ao mesmo tempo. Então veio Thriller, primeiro disco realmente capaz de terminar com qualquer segregação, agradando a qualquer ser que caminha por esta terra (sim, se você não gosta é um extraterrestre). Prova desse sucesso? Segundo a Sony BMG, o álbum já vendeu mais 150 milhões de cópias até hoje, número que o coloca entre os mais comercializados de todos os tempos.

Não é de se espantar que a equação que gerou o sexto álbum de Michael Jackson tenha dado tão bons resultados. Ao somar Quincy Jones – um produtor incrível – com a estrela pop mais talentosa já gerada pela gravadora Motown e um time de instrumentistas de dar inveja a qualquer artista, a conseqüência será uma quebra de recorde atrás de outra.

Vamos aos dados: Thriller conseguiu 80 semanas consecutivas entre os dez mais da parada norte-americana, além de ter passado 37 destas em primeiro lugar. Afora isso, sete das nove faixas originais do álbum chegaram entre os dez melhores singles da Billboard. Acha pouco? Aqui vai mais um mérito: o videoclipe criado para a música que dá nome ao disco revolucionou a MTV, pois foi o primeiro em forma de curta-metragem, resolvendo um roteiro em 14 minutos.

A maior façanha de Michael Jackson, no entanto, não foi a enxurrada de prêmios e recordes que angariou, mas a maneira como ele e sua equipe misturaram o pop, o rock e o soul com bom gosto jamais visto até então. Criaram, assim, um álbum forte e dançante.

Difícil é decidir qual é a melhor: “Beat It”, com a guitarra de Eddie Van Halen, ou “Billie Jean”. Até a canção com o clima anos 80 mais forte, “The Girl is Mine”, na qual Paul McCartney e Michael discutem sobre uma garota, é muito boa.

Agora uma curiosidade: dizem que Quincy Jones, ao chamar o baterista N'dugu Chancler, avisou: “venha, mas não traga nenhum prato”. Lenda ou verdade, fato é que não existem sons de prato no disco inteiro, com exceção, é claro, do chimbal. Mesmo nas músicas mais pesadas, Chancler não tira a mão da condução. Por quê? Para os funkeiros (por favor, não ache que estou falando do crápula DJ Marlboro) uma pratada consegue quebrar qualquer groove.

Como estragar uma obra prima

Chega de falar bem! Thriller é muito bom, mas a extensão feita para comemorar os 25 anos – celebrados em dezembro do ano passado – é uma bosta! Não dá para entender como um energúmeno tem a idéia de chamar artistas da moda para regravar músicas históricas e um outro patife acha isso uma boa idéia. Deve ter sido algo como: “Já sei, sabe aquela música que o Paul McCartney gravou, vamos chamar o will.I.Am para cantar em cima”. Com todo respeito: Vai tomar no r@%o!

Não só o egocêntrico will.I.Am, mas também Akon, Fergie e Kayne West foram capazes de destruir os temas originais. Todos eles conseguiram enlatar, artificializar e deixar sem graça o que antes era bom.

Ficha técnica



Thriller 25 anos - Michael Jackson e convidados
Lançamento Original: dezembro, 2007
Gravadora: Sony

Musicas para download

1. Wanna Be Startin Somethin
2. Baby Be Mine
3. The Girl Is Mine (com Paul McCartney)
4. Thriller
5. Beat It
6. Billie Jean
7. Human Nature
8. P.Y.T. (Pretty Young Thing)
9. The Lady In My Life
10. Vincent Price (bonus track)
11. The Girl Is Mine 2008 com will.i.am
12. P.Y.T. (Pretty Young Thing) 2008 com will.i.am
13. Wanna Be Startin Somethin 2008 com Akon e will.i.am
14. Beat It 2008 com Fergie
15. Billie Jean 2008 com Kanye West
16. For All Time (faixa não lançada em 1982)

Tudo bem, o original é histórico, mas esse vídeo é bem mais engraçado!


Um comentário:

Anônimo disse...

fantástico adri! post hilário...realmente, thriller é de foder!
agora, virou moda chamar um produtor que coloca o mesmo tipo de sonoridade em todas as músicas pops que estão sendo lançadas...incrível!!!
chega de timballand, sei lá das quantas! chega de will.I.Am!!!