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segunda-feira, 3 de março de 2008

John Mayall e o blues britânico

A Inglaterra sempre foi sujeita a influências norte-americanas quando o assunto é blues. Não que isso seja algo realmente ruim, já que na terra da rainha surgiu uma lenda viva desse estilo, que terá a oportunidade de mostrar sua carreira no Brasil mais uma vez. No dia 17 de maio, na Via Funchal, o bluesman John Mayall retorna a São Paulo para a turnê de lançamento de seu novo disco In the Palace of the King. A grande maioria das publicações que noticiaram a vinda do “avô do blues britânico”, no entanto, não especificaram quais membros do The Bluesbreakers, banda que acompanha Mayall nas gravações desde o começo dos anos 60, irão tocar na Paulicéia.


Quem dividirá o palco com John Mayall é o guitarrista Buddy Whittington, o baixista Hank Van Sickle e o baterista Joe Yuele. Nenhum deles participou das primeiras criações do Bluesbreakers do meio da década de 60.

Além do aviso, este post também pede licença para lembrar um dos maiores discos da história do blues. Depois de tocar em vários bares de Londres com diferentes formações e sem muito sucesso, John Mayall convidou o jovem Eric Clapton, que havia recentemente deixado a banda The Yardbirds e começava a sua frutífera carreira como guitarrista. Com sua insidiosa guitarra Gibson Les Paul, que até então não havia sido usada com amplificadores Marshall, Clapton soube captar a essência das músicas compostas por Mayall, além de modernizar canções de grandes nomes do blues, como Freddie King e Mose Allison.

The Bluesbreakers with Eric Clapton atingiu o sexto lugar na lista dos discos mais vendidos de 1966 e se tornou uma grande referência para artistas que procuravam um novo estilo de tocar guitarra, tanto que jovens inflamados pichavam paredes da capital inglesa com os dizeres “Clapton Is God”. Apesar do sucesso, Clapton deixou os Bluesbreakers em menos de um ano e formou o power trio Cream, com apoio de Jack Bruce (que também havia feito parte da banda de Mayall) e o baterista Ginger Baker.

Neste disco com Eric Clapton, John Mayall pôde focar suas atenções nas estruturas harmônicas, tornando-o bem acabado e bem gravado. Além das releituras de grandes clássicos do blues, como “All Your Love” (escrita por Willie Dixon e Otis Rush), o vovô de barbas loiras também conquistou o país com sua habilidade de tocar gaita, piano e Hammond, bastante marcante na música “Little Girl”. Clapton também registra a sua primeira gravação nos vocais, com a triste “Ramblin’ On My Mind”, música tradicional dos Estados Unidos.


Ficha técnica


Bluesbreakers with Eric Clapton – John Mayall
Lançamento original: julho, 1966
Duração: 37:22
Gravadora: Deram

Músicas para download

1. All Your Love
2. Hideaway
3. Little Girl
4. Another Man
5. Double Crossing Time
6. What’d I Say
7. Key To Love
8. Parchman Farm
9. Have You Heard
10. Rambli’n On My Mind
11. Steppin’ Out
12. It Ain’t Right

Ouça a instrumental Hideaway, composta por Freddie King, homenageado de John Mayall em seu último disco.

7 comentários:

Marcelo Cobra disse...

vamo ae no show hein, curti o som!

daniel marques disse...

ah lógico que sim!
queria só saber onde a vejinha viu essa listinha do bluesbreakers!!!
mas tudo bem...
o bom é que vai ser três vezes mais barato que o bob dylan

Lui disse...

Três vezes mais barato e infinitas vezes menos histórico.

Hahahahahaha...desculpa hein, Tchu, mas você pediu, hahaha!

daniel marques disse...

olha! Não queria começar uma discussão, mas afinal qual é a finalidade disso a não ser trocar idéias? Já fui a um show do Bob Dylan e foi histórico para mim. Felizmente, naquela ele ainda tocava guitarra. Fiquei sabendo que agora, nessa "neverending tour", ele toca só duas ou três músicas com guitarra e o resto acompanha a banda com o teclado. Ouvi grandes elogios ao guitarrista da atual banda...que ótimo!?! só falta ele roubar a cena do velho e dolorido Bob.
ahhh...outra coisa, ouvi tmb dizer que a cada show ele PIORA sua versão de Blowin' In The Wind...ainda bem que a música também não é tão histórica mais, não é?

Anônimo disse...

Fazer o que, né Tchu, se alguns artistas não se limitam a repetir durante toda a carreira a fórmula que os consagrou. Fazer o que se alguns artistas gostam de experimentar versões e instrumentos novos. Fazer o que se alguns artistas aceitam as mudanças do tempo. E sobretudo, fazer o que se alguns artistas preferem encarar o palco como seu momento máximo de expressão ao invés de tocar tudo certinho, bunitinho, igualzinho no disquinho, pra plateinha cantar juntinho...

Juliano Coelho disse...

ninguém vai gorar meu show do dylan. eu sei que o show vai ser bom, mesmo com a voz extra rouca dele, mesmo se ele ficar tocando piano e mesmo se ele fizer uma versão tecnobrega de blowin in the wind....

aliás, escreverei para o ferrugem uma resenha, tendenciosa e parcial, claro.

Anônimo disse...

Retirado do site do The New York Times de 04/03/08

"Dylan vai para hospital em situação grave. Turnê cancelada"