Existem gravações que chegam a ser fantasmagóricas...sem ser coisa da Bjork. O disco-solo de David Crosby é uma dessas coisas, segundo minha própria e inevitável opinião. Crosby foi (e ainda é) uma das vozes mais cristalinas do folk-rock. Um dos compositores mais criativos quando se trata de acordes e afinações e uma figura absurdamente carismática.
Em seu If I Could Only Remember My Name de 1971, ele traz um punhado de canções que vão de um mantra-hippie (“Music is Love”, que é assinada por ele, Graham Nash e Neil Young) até uma linda, delicada e atormentada sinfonia de sua própria voz em overdub em “I'd Swear There Was Somebody Here”. Essa, a última faixa do disco, não tem esse nome ou essa atmosfera à toa: ela é dedicada a uma ex-namorada de Crosby que morreu tempo antes do lançamento do disco, em 1969. Não sei se vocês já ouviram a música, mas confesso que quando fiquei sabendo disso tive que ouvi-la novamente, e a sensação de estar ouvindo a voz do Crosby entrelaçando-se e criando uma atmosfera de saudade, talvez até um pouco de culpa e um desejo de que alguém pudesse realmente aparecer ali do lado, no canto dos olhos, foi algo quase amedrontador. Seria, se a música não fosse tão bonita – minhas favoritas ainda incluem “Traction in the Rain” e “Song with no Words”, cantada junto com Nash novamente. Ou seja, o álbum em si já é um terreno fértil para os que gostam dessa turma, já que também conta com a participação de Joni Mitchell que faz backing vocals em “Laughing” e “What are Their Names”.
Outra coisa que vale a pena lembrar (mais como fofoca do que qualquer outra coisa) é que o Crosby é uma das figuras mais doidonas de todos os tempos do rock. E com isso eu não quero dizer que ele somente usou muitas drogas. Ele fazia isso e também era capitão de um barco, de onde a inspiração de várias músicas surgiram como “Lee Shore”. Também acabou pagando caro com seus abusos, inclusive foi preso em 1982 depois de, além de bater seu carro, estar com um revólver 0.45 e cocaína. Tudo na mesma hora. Um combo.
Ah, e se você quiser, pode vê-lo no filme Hook (aquele Peter Pan com o Robin Williams e um personagem muito chato chamado Rufio). Ele é um dos piratas do Capitão Dustin Hoffman Gancho.
Nesta apresentação, Crosby com Graham Nash na BBC em 1970.
Ficha Técnica
If I Only Could Remember my Name – David Crosby
Lançamento Original: Fevereiro, 1971
Duração Total: 37:04
Gravadora: Atlantic
Músicas para download
1. Music Is Love - (Crosby/Nash/Young) – 3:16
2. Cowboy Movie - (Crosby) – 8:02
3. Tamalpais High (At About 3) - (Crosby) – 3:29
4. Laughing - (Crosby) – 5:20
5. What Are Their Names - (Crosby/Garcia/Lesh/Shrieve/Young) – 4:09
6. Traction in the Rain - (Crosby) – 3:40
7. Song With No Words (Tree With No Leaves) - (Crosby) – 5:53
8. Orleans - (traditional) – 1:56
9. I'd Swear There Was Somebody Here - (Crosby) – 1:19
p.s.: o arquivo está em 7z, que nada mais é do que um tipo de compactação, como rar ou zip. você pode usar http://www.7-zip.org/ para obtê-lo. assim como o firefox e outros softwares o 7z é opensource. apóie essa idéia!
3 comentários:
Bastante carismático...engraçadinho até. O melhor bigodudo a subir nos palcos do Woodstock.
o único erro do crosby foi se envolver com um certo músico chato. aquele mesmo, que parece o véio quaker.
Crosby, para mim, parece nome de ceral matinal...
"Coma seu crosby todas as manhãs e fique repleto de energia!"
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