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sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

A antologia e o rio

Bruce Springsteen gravou uma das melhores coletâneas já feitas, o disco Greatest Hits – de 1995 – é uma brilhante recapitulação de sua impressionante carreira. Pode parecer esquisito elogiar uma compilação, mas essa é diferente: todas as músicas foram regravadas e, muitas vezes, sutilmente rearranjadas. Além disso, Bruce aparece aqui ao lado dos amigos que participaram dos álbuns mais bem-sucedidos de sua vida, os integrantes da E Street Band. Com exceção de “Born in the USA”, todas as outras 17 faixas selecionadas são incríveis; disco que você escuta de ponta a ponta sem cansar. O destaque vai para “The River” e sua linda linha de gaita, melodia digna de ser escutada depois de brigar com a namorada em dia de chuva, com o perdão do clichê.

“The River” pertence a um disco duplo homônimo de 1980, o quinto de sua carreira. Nesse trabalho – como em todos os outros – Bruce demonstra algumas baladas salpicadas de solos de sax (acreditem, ele faz isso sem nem mesmo esbarrar no brega) e faixas rock com alguma influência folk. No último caso, sempre acompanhado de sua Fender Telecaster de madeira clara.

De nada adianta falar de qualquer álbum de Bruce Springsteen e não mencionar suas letras. Esse artista é um dos mais líricos de sua geração e país, talvez um nada atrás de Bob Dylan. Enfim, todos as 28 gravações desse músico (desde o começo, em 1973) merecem ser analisadas com cuidado, afinal não foi por acaso que ele ganhou um Oscar ("Streets Of Philadelphia") e vários Grammy.

Ficha Técnica

















The River e Greatest Hits – Bruce Springsteen
Lançamento original: 1980 e 1995
Gravadora: Sony e Columbia

Musicas para Download/The River 1

1. The Ties That Bind - 3:33
2. Sherry Darling - 4:04
3. Jackson Cage - 3:04
4. Two Hearts - 2:42
5. Independence Day - 4:49
6. Hungry Heart - 3:24
7. Out In The Street - 4:19
8. Crush On You - 3:10
9. You Can Look (But You Better Not Touch) - 2:35
10. I Wanna Marry You - 3:28
11. The River - 5:05

Músicas para download/ The River 2


1. Point Blank - 6:06
2. Cadillac Ranch - 3:05
3. I'm A Rocker - 3:34
4. Fade Away - 4:43
5. Stolen Car - 3:58
6. Ramrod - 4:05
7. The Price You Pay - 5:27
8. Drive All Night - 8:29
9. Wreck On The Highway - 4:00

Músicas para download/ Greatest Hits

1. Born To Run - 4:32
2. Thunder Road - 4:48
3. Badlands - 4:02
4. The River - 5:00
5. Hungry Heart - 3:19
6. Atlantic City - 3:58
7. Dancing In The Dark - 4:02
8. Born In The U.S.A. - 4:39
9. My Hometown - 4:12
10. Glory Days - 3:50
11. Brilliant Disguise - 4:16
12. Human Touch - 5:09
13. Better Days - 3:44
14. Streets Of Philadelphia - 3:16
15. Secret Garden - 4:28
16. Murder Incorporated - 3:58
17. Blood Brothers - 4:33
18. This Hard Land - 4:53

"The River" ao vivo

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2008

Um belo acervo enferrujado

Mesmo que você não queira, fatalmente acaba recebendo um mar de newsletters no seu e-mail. O que a grande maioria das pessoas faz ao se deparar com esse tipo de informativo é ignorá-lo, apagá-lo, enfim, fazer o que for, menos lê-lo. Só existe uma newsletter, no entanto, que eu garanto que valha a pena, a do Wolfgang’s Vault (concerts.wolfgangsvault.com).

Explico. O Wolfgang’s Vault é um site que tem um acervo invejável de bootlegs (shows gravados de maneira amadora e não comercializados oficialmente) e, uma vez que você se cadastra lá – gratuitamente, é sempre bom lembrar –, passa a receber as novidades do acervo do site.

Exemplifico. O assunto da última news que recebi do site foi o seguinte: This Week in Wolfgang's Vault - Jimi Hendrix, Aretha Franklin, Van Morrison. Ou seja, você recebe semanalmente shows clássicos e raros de artistas incontestáveis sem pagar um centavo sequer. Como se não bastasse, no link do e-mail vem um texto introdutório para cada show contando o contexto de cada apresentação e comentando as músicas que são tocadas. Uma coisa bem legal nesses textos é o fato de eles não pouparem o artista e comentarem também sobre as imperfeições das apresentações.

Os únicos defeitos dessa beleza de site são a impossibilidade de baixar os shows, que são tocados em streaming (mas aí também é querer demais), e o fato do acervo se ater às décadas de 60, 70 e 80, o que, por outro lado, pode ser uma vantagem. De resto, fica difícil criticar um lugar que oferece gratuitamente shows de artistas do calibre de Rolling Stones, Led Zeppelin, Pink Floyd, Stevie Wonder, David Bowie, Neil Young entre tantos outros.

Tenho três dicas de shows para quem quiser entrar no maravilhoso mundo do “This Week In Wolfgang’s Vault...”. Procure no site as apresentações do Pink Floyd, de 1977, na qual a banda se apresenta sem nenhum músico de apoio e tem performance magistral na turnê do disco Animals, do Steve Ray Vaughan, de 1983, quando este deus da guitarra ainda não era tão famoso e, finalmente, do Stevie Wonder, em 1973, quando ele estava em seu auge, na fase de transição do Talking Book para o Innervisions.

Só para deixar bem claro, você pode ouvir os shows que quiser quando quiser. As newsletters só mostram o que há de novo no acervo.

Para quem ficou curioso, uma degustação da bela voz de Aretha Franklin, com a música "River's Invitation", do disco Soul 69.

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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

A melhor definição de soul

Chega de branquelos cabeludos. Este sujeito contorcido aí da esquerda pode ser considerado um dos melhores cantores negros da história da música norte-americana. De voz ríspida e completamente única, Wilson Pickett representou como nenhum outro o valor da música da alma do sul dos Estados Unidos. Em 1966, lançou seu segundo disco pela gravadora Stax, famosa por revelar outros grandes artistas negligenciados em função de sua cor. The Exciting Wilson Pickett alcançou grande sucesso no chamado R&B Chart, uma parada de sucessos destinada aos negros.

Dois grandes hits desse disco tornaram-se símbolos da soul music. “Land of 1,000 dances” e “In the Midnight Hour”, ambas carregadas de sentimento e empolgação, características básicas da carreira do artista apelidado Wicked. O sucesso dessas canções finalmente garantiu a Pickett estabilidade comercial. Desde que deixou os campos de algodão de Prattville, Alabama, o filho da mãe mais “malvada do mundo”, como ele gostava de falar, segurava-se somente em sua voz poderosa e acompanhava diversos grupos de gospel. Caminho este que Pickett logo percebeu ser estéril.

Com uma pegada nova, terno impecável e o clássico bigode estilo Magnum, Pickett utilizou as raízes da soul music, as características do pop e carregou suas canções de carisma para elaborar uma dançante e moderna combinação de estilos. Além dos dois grandes sucessos de seu excitante segundo disco, Pickett ganhou o coração de seus fãs com a despretensiosa “634-5789”, na qual implora para que seu amor ligue para ele, e com “Ninety-nine and a Half”. Particularmente, “Something You Got” e “Mercy Mercy” me entusiasmam ainda mais.

Um belo disco.


Ficha técnica




The Exciting Wilson Pickett – Wilson Pickett
Lançamento original: maio, 1966
Duração: 29:10
Gravadora: Stax

Músicas para download

1. Land of 1,000 Dances – 2:28
2. Something You Got – 2:58
3. 634-5789 – 3:00
4. Barefootin’ – 2:22
5. Mercy Mercy – 2:30
6. You’re So Fine – 2:30
7. In the Midnight Hour – 2:36
8. Ninety-nine and a Half – 2:44
9. Danger Zone – 2:12
10. I’m Drifting – 2:54
11. It’s All Over – 2:21
12. She’s So Good to Me – 2:17

Cinco anos depois do lançamento, Wilson Pickett, em um fantástico show na terra-mãe, especificamente em Accra, Gana, respondeu a uma pergunta que Ringo Starr havia lhe feito recentemente: o que é o soul? O vídeo mostra como Wicked achou um jeito de responder a Ringo e arrepiar o público. Além de Pickett, outros grandes artistas negros também tocaram no concerto chamado Soul to Soul, como Ike e Tina Turner. Vale a pena conferir o show completo.



sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

O livro esquecido do Deep Purple

Os membros do Deep Purple original já afirmavam antes mesmo do hype do heavy metal ganhar proporções infelizes, que odiavam serem rotulados como uma banda de hard rock, ou seja lá o que isso significa. No começo de sua carreira, esta banda inglesa tinha cabelos razoavelmente longos, bigodes esquisitos, roupas piores ainda. Sim, eram psicodélicos. O primeiro disco do grupo Shades of Deep Purple, lançado em 1967, contém a formação original: Rod Evans no vocal, Ritchie Blackmore destruindo na guitarra, Nick Simper no baixo, o tecladista Jon Lord, também responsável pelos arranjos de corda, e Ian Paice na bateria. Com esta mesma gangue, surgiu o desconhecido e, pra mim, o melhor disco do Purple.




Altamente influenciado pelos mitos anglo-saxões, sempre identificados como a paixão de Blackmore, carregado de citações clássicas e bastante pesado para a época, o Deep Purple lançou o disco The Book of Taliesyn no ano seguinte de seu primeiro esforço. A música de abertura “Listen, Learn, Read On” narra sobre uma época na qual o homem era ensinado pela vida, passando por provações religiosas e atingindo a glorificação pelo punho de sua espada. O título do disco, aliás, é emprestado do manuscrito Livro de Taliesin, do famoso poeta homônimo do País de Gales, que organizou o livro com outros vários poemas de origem oratória.

Essa viagem ao século VI influenciou outras grandes bandas, como Uriah Heep e Wishbone Ash, e também marcaria uma grande virada na carreira do guitarrista Ritchie Blackmore. Antes do novo milênio, formou a banda Blackmore’s Night, na qual utiliza somente instrumentos folclóricos e compartilha o palco com a bela voz de Candice Night (veja o tamanho da piração em http://www.blackmoresnight.com/).

Embora este disco também apresente linhas mais agressivas, diferentemente do estilo mais voltado ao blues e aos experimentalismos da geração de 60 que o primeiro esforço da banda apresenta, The Book o Taliesyn ainda contém as bases sobre as quais o Deep Purple foi criado. Exemplo disso é a música “Kentucky Woman”, uma releitura da versão clássica composta por Neil Diamond.

Não me entendam errado. Deep Purple é uma das maiores bandas já criadas e seu repertório é um dos mais impressionantes da música. Mesmo assim, as raízes que transformaram o grupo em um sucesso que ainda hoje movimenta bastante o mercado, exemplo é o próximo show que farão nesta sexta-feira (dia 22), em São Paulo, foram esquecidas. The Book of Taliesyn é um marco na história da música inglesa e negligenciar isso em detrimento ao hard rock de épocas mais comerciais é triste.


Ficha técnica:




The Book of Taliesyn – Deep Purple
Lançamento original: outubro, 1968
Duração: 43:57
Gravadora: Harvest Records (Reino Unido)

Músicas para download:

1. Listen, Learn, Read On – 4:05
2. Wring That Neck – 5:13
3. Kentucky Woman – 4:44
4. Exposition / We Can Work It Out – 7:06
5. Shield – 6:06
6. Anthem – 6:31
7. River Deep, Mountain High – 10:12

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

O David Crosby de 1971


Existem gravações que chegam a ser fantasmagóricas...sem ser coisa da Bjork. O disco-solo de David Crosby é uma dessas coisas, segundo minha própria e inevitável opinião. Crosby foi (e ainda é) uma das vozes mais cristalinas do folk-rock. Um dos compositores mais criativos quando se trata de acordes e afinações e uma figura absurdamente carismática.
Em seu If I Could Only Remember My Name de 1971, ele traz um punhado de canções que vão de um mantra-hippie (“Music is Love”, que é assinada por ele, Graham Nash e Neil Young) até uma linda, delicada e atormentada sinfonia de sua própria voz em overdub em “I'd Swear There Was Somebody Here”. Essa, a última faixa do disco, não tem esse nome ou essa atmosfera à toa: ela é dedicada a uma ex-namorada de Crosby que morreu tempo antes do lançamento do disco, em 1969. Não sei se vocês já ouviram a música, mas confesso que quando fiquei sabendo disso tive que ouvi-la novamente, e a sensação de estar ouvindo a voz do Crosby entrelaçando-se e criando uma atmosfera de saudade, talvez até um pouco de culpa e um desejo de que alguém pudesse realmente aparecer ali do lado, no canto dos olhos, foi algo quase amedrontador. Seria, se a música não fosse tão bonita – minhas favoritas ainda incluem “Traction in the Rain” e “Song with no Words”, cantada junto com Nash novamente. Ou seja, o álbum em si já é um terreno fértil para os que gostam dessa turma, já que também conta com a participação de Joni Mitchell que faz backing vocals em “Laughing” e “What are Their Names”.

Outra coisa que vale a pena lembrar (mais como fofoca do que qualquer outra coisa) é que o Crosby é uma das figuras mais doidonas de todos os tempos do rock. E com isso eu não quero dizer que ele somente usou muitas drogas. Ele fazia isso e também era capitão de um barco, de onde a inspiração de várias músicas surgiram como “Lee Shore”. Também acabou pagando caro com seus abusos, inclusive foi preso em 1982 depois de, além de bater seu carro, estar com um revólver 0.45 e cocaína. Tudo na mesma hora. Um combo.
Ah, e se você quiser, pode vê-lo no filme Hook (aquele Peter Pan com o Robin Williams e um personagem muito chato chamado Rufio). Ele é um dos piratas do Capitão Dustin Hoffman Gancho.

Nesta apresentação, Crosby com Graham Nash na BBC em 1970.




Ficha Técnica

If I Only Could Remember my Name – David Crosby
Lançamento Original: Fevereiro, 1971
Duração Total: 37:04
Gravadora: Atlantic

Músicas para download

1. Music Is Love - (Crosby/Nash/Young) – 3:16
2. Cowboy Movie - (Crosby) – 8:02
3. Tamalpais High (At About 3) - (Crosby) – 3:29
4. Laughing - (Crosby) – 5:20
5. What Are Their Names - (Crosby/Garcia/Lesh/Shrieve/Young) – 4:09
6. Traction in the Rain - (Crosby) – 3:40
7. Song With No Words (Tree With No Leaves) - (Crosby) – 5:53
8. Orleans - (traditional) – 1:56
9. I'd Swear There Was Somebody Here - (Crosby) – 1:19


p.s.: o arquivo está em 7z, que nada mais é do que um tipo de compactação, como rar ou zip. você pode usar http://www.7-zip.org/ para obtê-lo. assim como o firefox e outros softwares o 7z é opensource. apóie essa idéia!

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Ano perfeito

Uma geração inteira pode ser compreendida pelo conteúdo cultural que produz. Em 1967, ano perfeito da música norte-americana e britânica, o mundo teve contato com discos que definiram os conceitos de hippie, psicodelismo e contracultura. Em meio aos lançamentos de clássicos já exaustivamente discutidos, como Sgt. Pepper’s Lonely Hearts Club Band, dos Beatles, Are You Experienced?, do Jimi Hendrix, a volta de Bob Dylan marcou as paradas da Billboard e causou entusiasmo na crítica especializada exatamente por não seguir o hype da época.

Recuperado de um grave acidente de motocicleta que o afastou dos holofotes da imprensa, Dylan voltou à velha forma: encostou a guitarra elétrica que marcou discos como Blonde on Blonde e começou a gravar sessões informais em um estúdio de Nashville, lar da música country dos Estados Unidos. Depois de aquecer os dedos acompanhados por integrantes do The Crackers, grupo que alcançaria sucesso com o nome The Band e com o qual Dylan lançaria The Basement Tapes em 1975, o compositor começou a produção do disco John Wesley Harding, esforço que contou com pouquíssima divulgação e nenhum single.

Acompanhado somente pelo baixista Charlie McCoy, o baterista Kenneth Buttrey e o guitarrista Pete Drake, famoso em Nashville pelo estilo único de tocar a steel guitar, Bob Dylan explorou temas como o folclore norte-americano - John Wesley Harding foi um bandido famoso no Velho Oeste –, parábolas bíblicas e, como não podia faltar, o descaso político com relação aos povos esquecidos da América.

Invariavelmente irritado com a publicidade que sua música alcançava, Bob Dylan limitou-se apenas a lançar seu disco agrário sem apelar para anúncios em dezembro de 1967. Apesar de John Wesley Harding não figurar entre os grandes destaques daquele ano, o compositor revelou, em entrevistas posteriores, que a produção do álbum foi extremamente importante para seu futuro como músico.

“Apenas duas músicas foram escritas junto com as melodias ("Down Along The Cove" e "I’ll Be Your Baby Tonight"). O resto eu compus primeiro no papel e depois encontrei a música para acompanhar. Nunca havia feito isso e não fiz novamente depois. Essa pode ser a razão pela qual considero esse disco especial”, relembra Bob Dylan, em entrevista coletiva publicada em 1978.

Também marcado pelo estilo desleixado que caracteriza a música de Bob Dylan, John Wesley Harding é introspectivo e questionador sobre o estilo de vida norte-americano. O entusiasmo com as raízes country levou o compositor a gravar outros dois discos na capital do estado de Tennessee: Nashville Skyline, que alcançou grande sucesso, e Self Portrait, considerado um dos piores álbuns de sua carreira por apenas cozinhar temas antigos e canções tradicionais dos Estados Unidos. No entanto, desse período, a história do bandido do Velho Oeste revelou-se uma das produções mais importantes de Dylan, com canções como "All Along The Watchtower" e "I Dreamed I Saw St. Augustine", cuja linha “I dreamed I saw St. Augustine alive as you or me” inspirou Joan Baez a escrever uma de suas principais músicas de protesto: "Joe Hill".

Um belo disco.


Ficha técnica:



John Wesley Harding – Bob Dylan
Lançamento original: dezembro, 1967
Duração: 38:58
Gravadora: Columbia Records

Músicas para download:

1. John Wesley Harding – 2:58
2. As I Went Out One Morning – 2:49
3. I Dreamed I Saw St. Augustine – 3:53
4. All Along The Watchtower – 2:31
5. The Ballad of Frankie Lee and Judas Priest – 5:35
6. Drifter’s Escape – 2:52
7. Dear Landlord – 3:16
8. I Am a Lonesome Hobo – 3:19
9. I Pity the Poor Immigrant – 4:12
10. The Wicked Messenger – 2:02
11. Down Along the Cove – 2:23
12. I’ll Be Your Baby Tonight – 2:34

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